
Para observar os processos gráficos tradicionais em sua técnica, arte e cultura, é importante não apenas focar o tempo e o espaço que ocupam, mas também sua origem no período paleolítico superior nas cavernas, onde as incisões profundas revelam muito da nossa trajetória primitiva. São confrontos com a nossa inerente necessidade de gravar as representações que o olhar e o sentir transmitem para darem formas significativas aos mais obscuros desejos humanos.
Ao analisarmos o papel da gravura comercial, massiva, educacional e artística entramos em contato com uma linguagem representativa onde a instrução e a diversidade de saberes acontecem de forma sistêmica, holística. No passado, por exemplo, entre as várias funções da gravura estava o trabalho da imagem conjugada às letras, como nos princípios tabulares orientais - os precedentes da tipografia no ocidente. A gráfica é o ambiente onde imagem e livro são concebidos. Das primeiras xilogravuras legendadas de 1423, na Alemanha, até nosso atual século, onde as imagens são digitalizadas e armazenadas em CD, a gravura apresenta um percurso dos mais inquietantes.
Recentemente o público cearense teve a oportunidade de apreciar a citada arte através da coleção ibero-americana de 41 gravuras apresentadas na VIII Bienal Internacional do Livro, promovida pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. A exposição foi intermediada através da curadoria da Bienal e de um acordo entre as revistas Agulha e Alforja, esta última editada na cidade do México e ilustrada por grande parte dos gravadores que compõem esta coleção, que agora passará a compor o acervo da SeCult, num gesto de amizade e intercâmbio. As gravuras, na sua maioria do México, se preparam para uma nova etapa expositora no sobrado José Lourenço, que tem uma infra-estrutura de salas ideal para a visualidade íntima e vital das obras em gravura.
O México tem uma boa tradição com esta técnica, pois já em 1539 são encontrados impressores espanhóis vindos com a imprensa. Na citada exposição, a gravura original feita pelo autor, ou sobre a sua direção, propõe vários resultados estéticos sob uma divisão tradicional por gêneros: relevo = xilogravura, entalhe = gravura em metal e plano = litografia. A forma política, dinâmica e criativa está presente nestas gravuras concebidas em ciclos de trabalho com uma representação também poética. Podemos observar ainda uma execução feita de pensamentos pautados em sutilezas técnicas que seguramente não é só um aporte para a gravura, e sim resultados expressivos que se traduzem em engenhosas figurações, abstrações que convidam o público a participar de um diálogo visual.
Assim, essas gravuras ibero-americanas se traduzem como imagens de hoje e de sempre, percursos e estórias reinventadas, caminhos que se abrem através do olhar onde a nossa imaginação pode alcançar.
Eduardo Eloy
Artista plástico
Ao analisarmos o papel da gravura comercial, massiva, educacional e artística entramos em contato com uma linguagem representativa onde a instrução e a diversidade de saberes acontecem de forma sistêmica, holística. No passado, por exemplo, entre as várias funções da gravura estava o trabalho da imagem conjugada às letras, como nos princípios tabulares orientais - os precedentes da tipografia no ocidente. A gráfica é o ambiente onde imagem e livro são concebidos. Das primeiras xilogravuras legendadas de 1423, na Alemanha, até nosso atual século, onde as imagens são digitalizadas e armazenadas em CD, a gravura apresenta um percurso dos mais inquietantes.
Recentemente o público cearense teve a oportunidade de apreciar a citada arte através da coleção ibero-americana de 41 gravuras apresentadas na VIII Bienal Internacional do Livro, promovida pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará. A exposição foi intermediada através da curadoria da Bienal e de um acordo entre as revistas Agulha e Alforja, esta última editada na cidade do México e ilustrada por grande parte dos gravadores que compõem esta coleção, que agora passará a compor o acervo da SeCult, num gesto de amizade e intercâmbio. As gravuras, na sua maioria do México, se preparam para uma nova etapa expositora no sobrado José Lourenço, que tem uma infra-estrutura de salas ideal para a visualidade íntima e vital das obras em gravura.
O México tem uma boa tradição com esta técnica, pois já em 1539 são encontrados impressores espanhóis vindos com a imprensa. Na citada exposição, a gravura original feita pelo autor, ou sobre a sua direção, propõe vários resultados estéticos sob uma divisão tradicional por gêneros: relevo = xilogravura, entalhe = gravura em metal e plano = litografia. A forma política, dinâmica e criativa está presente nestas gravuras concebidas em ciclos de trabalho com uma representação também poética. Podemos observar ainda uma execução feita de pensamentos pautados em sutilezas técnicas que seguramente não é só um aporte para a gravura, e sim resultados expressivos que se traduzem em engenhosas figurações, abstrações que convidam o público a participar de um diálogo visual.
Assim, essas gravuras ibero-americanas se traduzem como imagens de hoje e de sempre, percursos e estórias reinventadas, caminhos que se abrem através do olhar onde a nossa imaginação pode alcançar.
Eduardo Eloy
Artista plástico
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SERVIÇO
Gravuras Ibero-americanas da Atualidade
Acervo Pinacoteca do Estado do Ceará
Em cartaz de março a maio de 2009
Sobrado José Lourenço
Rua Major Facundo, 154 – Centro
Fortaleza Ceará Brasil
Contato: Germana Coelho Vitoriano (Direção)
germana@secult.ce.gov.br
http://www.secult.ce.gov.br/
Gravuras Ibero-americanas da Atualidade
Acervo Pinacoteca do Estado do Ceará
Em cartaz de março a maio de 2009
Sobrado José Lourenço
Rua Major Facundo, 154 – Centro
Fortaleza Ceará Brasil
Contato: Germana Coelho Vitoriano (Direção)
germana@secult.ce.gov.br
http://www.secult.ce.gov.br/
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